Monday, June 07, 2010

Futebol

A passagem do futebol-arte para o futebol-força foi inegavelmente uma perda para o esporte e para o espírito do povo brasileiro: contra a ginga, a finta e o breque, predominou a falta de graça, a burocracia e a violência. Os craques do passado, cada um em sua individualidade, tornaram-se entes metafísicos, utopias inalcançáveis; os atletas do presente, engolfados pelas equipes técnicas, se confundem com as marcas que promovem, participando do reino das trocas universais, em que todos são iguais perante o mercado da bola, sendo toda idiossincrasia punida pela falta de resultado. Melhor ganhar feio, do que perder bonito é o lema da elite que continua corrompendo o espírito público em nosso país, dentro e fora do campo.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home