Saturday, April 06, 2013

País dos espertos

A escola pública saiu do imaginário brasileiro, bem como o vocábulo biblioteca. Para quem não sabe, biblioteca é o coletivo de livros, dos melhores livros, organizados para consulta, reflexão e crescimento espiritual da comunidade. Eu também achava que isso era o óbvio. No entanto, a Biblioteca Nacional de Brasília foi inaugurada sem livros, o que valeu ao Governador Roriz aplausos entusiasmados dos órgãos de controle. A Biblioteca Nacional do Brasil (no Rio) tem livros, mas estão se  deteriorando e o prédio está literalmente caindo, sob a indiferença do Ministério da Cultura e de seus atentos e preventivos fiscais; ninguém consegue mais entrar (ou permanecer) lá, salvo alguns heroicos fantasmas. Ao mesmo tempo, detentores de altos cargos em nosso país, de poucas escolas e livros (com currículos láteos turbinados com dinheiro público - a título de prêmio por sua habilidade na arte de ajoelhar-se) se orgulham de sua poderosa e reconhecida ignorância (gostam de serem chamados de doutores). E ainda, aos pulos, batem no peito e dizem: "essa turma que estuda demais não têm os pés no chão". É a incultura dos trapaceiros, dos manipuladores de planilhas, dos ladrões do espírito.

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